Muitos em nossos dias
encontram a causa de toda a dissensão e divisão na igreja em muita
doutrina e em credos que são muito específicos em suas declarações
doutrinárias. Eles advogam que todas essas declarações específicas de
fé, pelas quais cada igreja erige um muro de separação ao redor de si
mesma, devem ser esquecidas, apagadas e eliminadas; que as confissões
devem ser alargadas e generalizadas; e que sobre a base de tal ampla
declaração de princípios gerais, as várias denominações devem se
mesclar, e assim concretizar a unidade da igreja. Contudo, deve ser
evidente que nessa forma, uma unidade externa pode ser deveras eficaz,
mas somente à custa da verdade e à custa da fé da igreja, que é o mesmo
que dizer que é uma unidade sem o Cristo da Escritura. A igreja não está
interessada numa unidade externa que revela a si mesma numa instituição
altamente humana..
A unidade da igreja
está centrada em Cristo. Se a igreja há de crescer nessa verdadeira
unidade, ela deve crescer em Cristo. Ela não deve ter menos de Cristo,
mas sempre mais. E seu Cristo está nas Escrituras. Por conseguinte, ela
deve apropriar o Cristo da Santa Escritura, o que significa que ela
deve instruir e ser instruída na verdade. Ela não deve buscar união no
caminho de menos, mas no caminho de mais rica e mais doutrina. Ela deve
não somente colocar de lado as doutrinas de homens, sem dúvida, mas ela
deve também crescer sempre na doutrina de Cristo. Que a verdadeira
igreja seja sempre pequena no mundo! Todavia, ela não ousa buscar a
realização da sua unidade em qualquer outra direção senão na do
crescimento no conhecimento de Cristo, seu cabeça, até que “todos
cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão
perfeito, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Efésios 4:13).
Somente aqueles que estão se esforçando para se aproximar dessa estatura
é que estão realmente trabalhando para a manifestação da unidade da
igreja, e tudo quanto for mais do que isso é do maligno.
Herman Hoeksema
Reformed Dogmatics, Vol. 2
Extraido de: Monergismo
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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott