sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Eu Profetizo Sobre a Sua Vida!

false prophet

EU PROFETIZO SOBRE A SUA VIDA!

“O profeta que tiver a presunção de falar alguma palavra em meu nome, que eu não lhe tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá. E, se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o SENHOR não falou? Quando o profeta falar em nome do SENHOR, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o SENHOR não falou; com soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele”. (Deuteronômio 18.20-22)

Aqui o Senhor deu dois princípios básicos para diferenciar profetas falsos de verdadeiros. O primeiro é profetizar aquilo que o Senhor não mandou profetizar. O segundo é profetizar em nome de falsos deuses. O falso profeta pode ser alguém que tenha estas duas características ao mesmo tempo ou então pode ser alguém que tenha somente uma delas, mas não a outra. Se ele falar em nome de outros deuses, ele deve ser identificado como falso profeta ainda que seja capaz de operar sinais e prodígios e mesmo se ele for capaz de profetizar coisas que venham a se cumprir:

“Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, e te der um sinal ou prodígio, E suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los; Não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o SENHOR vosso Deus vos prova, para saber se amais o SENHOR vosso Deus com todo o vosso coração, e com toda a vossa alma“. (Deuteronômio 13.1-3)

E um falso profeta pode ser também alguém que diz vir em nome do Deus verdadeiro, mas profetiza aquilo que Ele não mandou profetizar. Jeremias foi obrigado a conviver com muitos deles:
“E disse-me o SENHOR: Os profetas profetizam falsamente no meu nome; nunca os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes falei; visão falsa, e adivinhação, e vaidade, e o engano do seu coração é o que eles vos profetizam”. (Jeremias 14.14)
Não mandei esses profetas, contudo eles foram correndo; não lhes falei, contudo eles profetizaram”. (Jeremias 23.21)
“Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Não vos enganem os vossos profetas que estão no meio de vós, nem os vossos adivinhos, nem deis ouvidos aos vossos sonhos, que sonhais; Porque eles vos profetizam falsamente em meu nome; não os enviei, diz o SENHOR”. (Jeremias 29.8-9)
“Porquanto fizeram loucura em Israel… anunciaram falsamente, em meu nome uma palavra, que não lhes mandei, e eu o sei e sou testemunha disso, diz o SENHOR”. (Jeremias 29.23)

Na Bíblia, uma profecia era uma palavra, sonho ou visão da parte de Deus com ordens claras e objetivas que precisavam ser anunciadas ao povo. Não era simplesmente um desejo ou vontade que alguém sentia no coração, por melhor que esse desejo ou vontade poderia ser. O fato de alguém desejar muito alguma coisa não faria com que fosse uma profecia, não lhe dava o direito de se apresentar como profeta e muito menos lhe dava o direito de profetizar. Novamente, o livro de Jeremias deixa isso perfeitamente claro. Qualquer um que tenha qualquer familiaridade com o livro do profeta Jeremias (ou com qualquer um dos profetas que profetizaram a queda de Israel para o Império Babilônico) sabe perfeitamente que boa parte de suas profecias não eram sobre bençãos e sim sobre desgraças e que ele não tinha qualquer prazer em profetizar estas desgraças. Jeremias não tinha qualquer prazer por tudo o que estava acontecendo em Israel e nem tinha qualquer desejo que seu povo fosse destruído. Afinal, quem em sã consciência poderia ter prazer em profetizar desgraças ou na destruição do próprio povo? Mas o que movia o conteúdo das profecias de Jeremias não era sua preferência ou desejo pessoal que brotava em seu coração e sim aquilo que ele recebia do Senhor para profetizar com ordens claras e objetivas. Quanto aos desejos do coração, foi o próprio Jeremias que disse: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” (Jeremias 17.9) As profecias de Jeremias estavam muito longe de refletirem seus próprios sonhos. A maioria das profecias de Jeremias foram sobre desgraças e destruição e não sobre bençãos ou conforto. Quem profetizava sobre bençãos e conforto eram os falsos profetas inimigos de Jeremias:

“Então disse eu: Ah! Senhor DEUS, eis que os profetas lhes dizem: Não vereis espada, e não tereis fome; antes vos darei paz verdadeira neste lugar. E disse-me o SENHOR: Os profetas profetizam falsamente no meu nome; nunca os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes falei; visão falsa, e adivinhação, e vaidade, e o engano do seu coração é o que eles vos profetizam. Portanto assim diz o SENHOR acerca dos profetas que profetizam no meu nome, sem que eu os tenha mandado, e que dizem: Nem espada, nem fome haverá nesta terra: À espada e à fome, serão consumidos esses profetas“. (Jeremias 14.13-15)

Na Bíblia, profetas verdadeiros poderiam profetizar sobre bençãos ou sobre maldições. Não era isso que diferenciava um profeta verdadeiro de um falso profeta. O que fazia com que um profeta fosse verdadeiro era se sua profecia de fato procedia de ordens claras e objetivas da parte do Senhor e o que fazia com um profeta fosse falso era se sua profecia procedia do simples desejo de seu coração, mas sem que tivesse sido enviado por Deus. E um dos sinais que alguém só estava falando dos desejos do próprio coração seria se sua profecia não se cumprisse.

Este é um ensino perfeitamente claro na Palavra de Deus. Mas, apesar de toda clareza, é sistematicamente rejeitado e ignorado em boa parte das igrejas de nosso país. O conceito bíblico de profecia tem sido completamente banalizado, subvertido e distorcido. O que foi posto no lugar são profecias conforme os inimigos do profeta Jeremias definiam que eram: desejos e vontades do coração. Quantos de nós nunca fomos a cultos em que os ministros profetizam bençãos, curas, prosperidade, a conversão da família e até mandam a congregação profetizar para o irmão do lado? Tais “profecias” não são baseados em qualquer ordem objetiva da parte de Deus de que tais coisas certamente acontecerão, como era o caso dos profetas bíblicos. São baseadas simplesmente na vontade de que tais coisas aconteçam e na ideia mística de que há poder nas nossas palavras e basta “profetizar com fé” para que aconteçam. Infelizmente, poucos neste país ainda tem consciência de que, biblicamente, isso era a característica de um falso profeta. Se alguém chegasse diante de Jeremias e mandasse ele “profetizar benção, prosperidade e cura”, ele responderia que ele não poderia profetizar tais coisas se o Senhor não mandou e que o fato dele desejar tais coisas não lhe dava qualquer direito de fazê-lo. Isso seria visto com tanta seriedade por Jeremias que se alguém lhe perguntasse o que deveria ser feito com aqueles que profetizam assim, ele responderia que era um crime grave o suficiente para ser punido com morte: “O profeta que tiver a presunção de falar alguma palavra em meu nome, que eu não lhe tenha mandado falar… esse profeta morrerá“. (Deuteronômio 18.20)

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott